Por Draco Stellamare
Este
texto foi escrito originalmente para os membros da Congrega Stella Maris, e
integra o conteúdo de estudos obrigatórios dos aprendizes.
Esta
versão pública foi devidamente editada com a retirada dos conteúdos internos.

A alquimia é definida por
muitos autores – sobretudo em âmbito historiográfico – como uma
“proto-química”, em partes representando as ideias basilares que evoluíram para
o entendimento da química moderna e em partes composta de teorias que hoje são
consideradas ultrapassadas do ponto de vista científico. No entanto, falta ao
olhar moderno – para além da compreensão de que toda arte se circunscreve às
possibilidades de seu tempo – o entendimento de que muito além da parte
materialista e laboratorial a alquimia é uma arte metafísica, psíquica e
espiritual, num sentido iniciático. Os principais objetivos da alquimia eram a
transformação do chumbo (e outros metais) em ouro, a criação do homunculus
(o homem artificial) e a preparação da Pedra Filosofal, um insumo que
possibilitaria o usuário a adquirir vida eterna, poder e cura para todas as
mazelas. Tais objetivos considerados pelo cientista moderno como fantasias
sobrepujadas possuem uma dimensão mistérica que continua muito relevante para
os adeptos do esoterismo tradicional. Em nossa arte bruxa, os princípios
alquímicos se relacionam estreitamente a diversas de nossas simbologias, ritos
e mistérios. Sobretudo no curso do processo iniciático, considerando as
influências e amálgamas do rosacrucianismo antigo e outros mistérios obscuros
em nossa tradição, a sabedoria alquímica nos é relevante para compreender as
fases pelas quais somos conduzidos no curso da trajetória espiritual que
objetiva a deificação. Esse texto busca elucidar essa perspectiva.