Esta pequena publicação se trata da minha visão sobre o tema,
construída com influências da minha linhagem e da tradição que eu faço parte,
mas ainda assim é uma visão pessoal.
Muita gente reproduz um discurso de temor àqueles que já se
foram. É ensinado em algumas religiões que não é saudável cultuar espíritos de
familiares mortos dentro de casa, e há pessoas que assimilam isso sem ser destas religiões,
como se fosse uma regra geral da existência.
Pois bem, eu discordo radicalmente dessa visão, e
eis o porquê.
Os ancestrais são a matéria que gerou nosso corpo.
Somos a continuidade física, mental, e espiritual deles. Esta continuidade é vista em meu caminho como uma árvore
de sangue e espírito, crescendo pelo tempo e pelo espaço (ou mesmo um rio de
sangue fluindo por ele). O mais lógico é que os indivíduos que formam essa árvore desejem nosso bem estar,
nosso crescimento, e a perpetuação do legado deles através de nós. Afinal, quando damos um passo para trás ao encarar os desdobramentos da vida percebemos que somos todos um único ser.
Imagem: Around the Tree - Glenn Brady.
Não existe uma explicação razoável para assumir que
depois de mortos, os ancestrais passariam a nos fazer mal, deliberadamente.