sábado, 2 de maio de 2020

Comentário sobre o Culto aos Ancestrais


Esta pequena publicação se trata da minha visão sobre o tema, construída com influências da minha linhagem e da tradição que eu faço parte, mas ainda assim é uma visão pessoal.


Muita gente reproduz um discurso de temor àqueles que já se foram. É ensinado em algumas religiões que não é saudável cultuar espíritos de familiares mortos dentro de casa, e há pessoas que assimilam isso sem ser destas religiões, como se fosse uma regra geral da existência.

Pois bem, eu discordo radicalmente dessa visão, e eis o porquê.


Os ancestrais são a matéria que gerou nosso corpo. Somos a continuidade física, mental, e espiritual deles. Esta continuidade é vista em meu caminho como uma árvore de sangue e espírito, crescendo pelo tempo e pelo espaço (ou mesmo um rio de sangue fluindo por ele). O mais lógico é que os indivíduos que formam essa árvore desejem nosso bem estar, nosso crescimento, e a perpetuação do legado deles através de nós. Afinal, quando damos um passo para trás ao encarar os desdobramentos da vida percebemos que somos todos um único ser.


Imagem: Around the Tree - Glenn Brady.

Não existe uma explicação razoável para assumir que depois de mortos, os ancestrais passariam a nos fazer mal, deliberadamente.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Reflexão sobre ritmo no Cosmos


Imagem: Anima Mundi, de Robert Fludd - Utriusque Cosmi Historia, 1617.


Ninguém colhe algo que não foi plantado.

Parece óbvio dizer que não estamos separados do Cosmo e que a magia opera segundo os ritmos e critérios cósmicos, mas frequentemente as pessoas não compreendem essa realidade e os atos mágicos "falhos" causam desespero e descrença.

Os antigos me dizem que ninguém neste mundo ou em qualquer outro colhe algo que não foi plantado antes. Pode não ter sido plantado pela mesma mão que colheu, mas cada coisa existente é resultado de causas anteriores e dos ritmos e possibilidades do "relógio" cósmico.